Pessach é um momento de inclusão.


Na noite do sêder, há dois momentos em que, metaforicamente, abrimos nossas portas e convidamos outras pessoas. Uma delas é no comeo da porção de magid do seder, quando dizemos: "Todos os que estão com fome comem e comem". Nós já fomos escravos; pobres e famintos, e nos lembramos de nossa redenção compartilhando o que temos com os outros.

O outro, chega ao fim do seder, quando temos o costume de colocar uma quinta taça de vinho, que oferecemos para Elias, o Profeta. Esta é uma declaração de fé, uma declaração que diz que, embora estejamos livres, nossa redenção ainda não está completa, e acreditamos que ele vai comer.

Dos mais oprimidos aos mais célebres, a mensagem é clara: todos são bem-vindos e todos são necessários. Por que é que saímos do nosso caminho para incluir todos em nossa mesa de seder? Talvez seja porque abrimos espaço para os outros, também temos a oportunidade de criar espaço para nós mesmos. De fato, a Mishná (Pesaim 10: 5) nos ensina que:

"בכל דור ודור חייב אדם לראות את עצמו כאילו הוא יצא ממצרים"

"Em cada geração, cada pessoa é obrigada a se ver como se tivesse saído do Egito."

O seder nos apresenta a obrigação de nos identificarmos com a geração que deixou o Egito e internalizou essa experiência. E através dessa internalização, sentiremos a redenção como se fosse nossa também - לראות את עצמו. Além disso, a revivência da história do Êxodo nos oferece a oportunidade de ver o nosso verdadeiro Eu. É somente quando somos capazes de nos ver claramente, que somos capazes de ser redimidos. Mas talvez a única maneira de nos vermos é quando realmente somos capazes de ver aqueles que nos rodeiam. Esta mensagem de inclusão é também a mensagem de Pardes, e nossa esperança é que a Hagadá, companheira que oferece algo para todos, acrescente um novo significado ao seu seder e ajude a aproximar o povo judeu.


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